“Portugal é líder europeu na transição energética verde e o trabalho desenvolvido pelo Governo nesta área é um bom exemplo para os outros países europeus”. Foi desta forma que Fatih Birol, diretor executivo da Agência Internacional de Energia, classificou as mais recentes políticas energéticas e ambientais do país.

Num evento online, que contou com a participação do Ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, a Agência Internacional de Energia (AIE) analisou os diferentes aspetos da política ambiental portuguesa, apontando os principais aspetos positivos — país pioneiro a anunciar metas de neutralidade carbónica, aposta na produção de hidrogénio verde e no solar fotovoltaico, elevado nível de eletrificação e de produção a partir de fontes renováveis, fim das centrais a carvão em 2021 –-, mas também os aspetos negativos.

Perante os prós e contras das políticas energéticas de Portugal, a Agência Internacional de Energia deixou ainda no documento sete recomendações principais ao governo de Portugal:

  • Estabelecer uma aliança ampla de stakeholders para impulsionar uma mais rápida implementação das medidas do Roteiro para a Neutralidade do Carbono, do Plano Nacional de Energia e Clima e da Estratégia Nacional de Hidrogénio, e também para dar mais certezas aos investidores sobre a direção das políticas públicas;
  • Acelerar a reforma para alinhar os impostos que incidem sobre a energia com os objetivos de descarbonização. E garantir que o imposto sobre o carbono impulsiona as reduções de emissões em todos os setores;
  • Aumentar a competição entre empresas no mercado liberalizado de eletricidade, removendo barreiras à entrada de novos comercializadores, e facilitar a inovação do mercado para incentivar a resposta à procura, energias renováveis e uma maior eletrificação, garantindo a integridade e segurança do mercado;
  • Dar prioridade à renovação profunda dos edifícios públicos e residenciais, apoiar os consumidores vulneráveis, a fim de reduzir a pobreza energética, aumentar o conforto térmico e acelerar a concretização dos objetivos de descarbonização;
  • Desenvolver uma estratégia clara para a eletrificação rápida, uso de biocombustíveis sustentáveis e hidrogénio verde no setor dos transportes. Reduzir o uso de carros particulares e promover o uso da ferrovia para transportar pessoas entre as grandes cidades e para cargas internacionais.
  • Continuar a trabalhar com Espanha no aumento da capacidade de interconexão elétrica entre os dois países ibéricos e também entre a Península Ibérica e o resto da Europa.
  • Desenvolver uma estratégia para pesquisa, desenvolvimento e demonstração de energia que alinhe a concepção, implementação e financiamento de políticas com a concretização das metas do setor energético para 2030 e das metas de descarbonização para 2050.

 

Fonte: ECO/Sapo

Ler notícia na íntegra: https://eco.sapo.pt/2021/07/08/portugal-e-lider-europeu-da-transicao-energetica-aie-deixa-7-dicas-ao-governo-para-melhorar/amp/